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Rubem Alves (Divulgação)
Desenvolver o turismo de conhecimento, proporcionar novas experiências e trazer informações sobre a história de personagens e intelectuais de Campinas são as propostas do roteiro que acontece hoje (dia 20), quando um grupo de caminhantes visita os locais preferidos do pensador, escritor, educador e cidadão campineiro, Rubem Alves (1933-2014). Ele morou no bairro Guanabara e gostava daquela região por ser bastante arborizada. Contava que nos passeios por suas ruas e praças deixava a mente fluir para alimentar suas crônicas. As inscrições para este circuito já estão esgotadas, mas os organizadores informam que haverá outros.
Ontem (dia 19), completou dez anos da morte – ou como ele preferia dizer, de encantamento – de Rubem Alves. Para homenageá-lo e relembrar a história da relação de 60 anos do escritor com Campinas, foi idealizado o ‘Circuito Rubem Alves’ e o bairro Guanabara foi o local escolhido. Nesse território, ele desenvolveu sua vida literária e seu cotidiano, estudou teologia, conheceu sua esposa, comprou sua primeira casa, teve filhos, escreveu muitos livros, e viveu até sua morte. Ele dizia em suas caminhadas por lá que "levava os olhos para passear".
Rubem Alves admirava a beleza das árvores frondosas da região e, principalmente, a temporada dos ipês que transformam a paisagem de Campinas no Inverno, colorindo as ruas com suas floradas de várias cores, cada um a seu tempo. Sua filha, a também escritora Raquel Alves, relembra que Campinas serviu para os insights da formulação da ‘Teologia da Libertação’, numa dessas caminhadas reflexivas que ele fazia pelo bairro. O Circuito passará em pontos relevantes do cotidiano de Rubem Alves no Guanabara, como o Seminário Presbiteriano Sul (onde começa o roteiro), o Bosque dos Italianos, a Praça Silva Rego, casas onde morou e trabalhou, finalizando no Instituto Rubem Alves.
PASSEIOS COM CONHECIMENTO
A jornalista Luciana Faria retorna a Campinas hoje especialmente para participar do circuito. Ela morou na cidade durante oito anos e, há cerca de uma semana, voltou para Botucatu, sua cidade natal. “Gosto muito da literatura do Rubem Alves e de toda a contribuição que ele trouxe para a educação, e admiro sua escrita leve, prazerosa e a naturalidade para falar sobre todos os assuntos, inclusive com toques de humor. Ele tem um olhar muito poético sobre tudo”, comenta. Quando soube do passeio, ela decidiu que este seria seu presente de aniversário, pois gosta de fazer passeios culturais que exploram a vida das pessoas que admira.
O Circuito Rubem Alves nasceu da idealização do portal independente de história e cultura ‘campinas.com.br’, onde Luciana de Almeida atua, com a proposta de potencializar o turismo local com passeios que gerem aprendizado, conhecimento e experiências, convidando as pessoas a passearem sobre as histórias da cidade, suas ruas, personagens e evidências. O circuito contou com a parceria do site ‘dajanela.com.br’, dos jornalistas que atuam com viagens literárias, Wanderley Garcia e Gloria Cavaggioni, com apoio do Instituto Rubem Alves. O Circuito será repetido em setembro, mas antes dele estão previstos o tour do café na Fazenda das Cabras (agosto) e a história ferroviária de Campinas (setembro). Informações no site ‘proximopasseio.com.br’.
AS RUAS DE UM ILUSTRE CAMPINEIRO
A atividade é prevista para acontecer em 2 quilômetros de caminhada leve, com duração aproximada de duas horas. Começa às 13h no Seminário Presbiteriano e termina na sede do Instituto Rubem Alves, à moda mineira, como ele gostava, com literatura, café e bolo, e onde os participantes concorrerão a livros doados pelo Instituto. A jornalista Luciana de Almeida, uma das idealizadoras do projeto, comenta que "ensinar é descrito por Alves como um ato de alegria, um ofício que deve ser exercido com paixão e arte. Queremos, com esse tour, aprender sobre seu vasto universo e apresentar o quanto há para se descobrir e conhecer com o eterno professor Rubem Alves”.
De formação eclética, Rubem transitou pelas áreas da teologia, psicanálise, filosofia, educação e literatura. Nasceu em Boa Esperança, Minas Gerais (15/09/1933), e chegou em Campinas em 1953 para fazer o curso de Teologia no Seminário Presbiteriano que fica na Avenida Brasil, no Guanabara, bairro onde permaneceu até sua morte. Como escritor teve uma intensa produção de livros religiosos, educacionais, filosóficos, existenciais e infantis, num total de 158 livros, dos quais 57 infantis traduzidos em 12 países. Mas também escreveu inúmeras crônicas, ensaios, contos e atuou como colunista do Correio Popular por cerca de 15 anos.
Roteiro integra o projeto que visa levar a cidade a relembrar a importância de seus escritores e marca os dez anos da morte do intelectual que viveu 60 anos em Campinas
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